Introdução: Com o intuito de promover maior conhecimento da Disciplina Psicologia da Saúde II, e integração do aprendizado com a prática hospitalar, foi-nos solicitado pela professora que fizéssemos uma visita técnica em uma unidade hospitalar. Assim, à partir da visita e da interação com um sujeito real, foi possível a coleta de dados, a realização de observações mais específicas e posteriormente análise das informações e uma conclusão. Com isto, foi-nos possível elaborar um estudo de caso, contendo a história de vida e situação psicológica de um sujeito hospitalizado, no qual apresentamos um nome fictício, Sr. Silvano, para preservar, pelo princípio da confidenciabilidade, a identidade e integridade do sujeito em questão.
Estudo de Caso:
O
Sr. Silvano é aposentado, tem 68 anos, possui ensino fundamental
incompleto, é fumante desde os 12 anos e também é portador de
diabetes. Ele nasceu no interior do Nordeste mas veio, jovem ainda,
residir no interior de Goiás. Enquanto aguardava, internado em um
Hospital, para passar pela oitava Angioplastia, que é uma
intervenção cirúrgica destinada a reparar um vaso dilatado,
contou-nos que havia ficado internado na U.T.I. de um hospital, no
interior do Estado de Goiás, por seis dias. No decorrer da
entrevista mostrou-se tranquilo, comunicativo e lúcido. Ele
reclamava do atendimento médico, da estrutura do hospital, no
entanto elogiou o trabalho realizado pela equipe de psicologia, que
atua no hospital. De origem simples, contou-nos que sua mãe criou
sozinha oito filhos e que ele é o quarto filho, na ordem do
nascimento. Foi criado com parentes, ficando na maioria das vezes na
casa das primas, as quais ele classifica como prostitutas. Conta-nos
que aos 22 anos casou-se, e com esta esposa tiveram 2 (dois) filhos.
Permaneceu casado por 20 (vinte) anos e se separou da esposa.
Contando sobre a separação ele deu muita ênfase no fato de ter-se
separado em apenas 5 (cinco) minutos, pois queria prosseguir sua vida
com uma nova mulher, à qual era prostituta. Disse que ao avisar à
esposa sobre a separação e que iria embora com outra mulher
houveram discussões acalouradas. Disse que devido ao sentimentos
negativos em relação à situação, à raiva dos filhos e a
cobrança de todos, ficou agressivo e tentou
agredir um dos filhos, que se revoltou com o abandono da mãe.
Silvano chegou a nos relatar que teve desejo de matar o próprio
filho, pois considerou que o filho lhe faltou com o respeito. Após
alguns anos morando maritalmente com a mulher com quem fugira,
separou-se dela, deixando para trás mais 3 (três) filhos. Disse-nos
que casou-se novamente e é pai de mais 2 (dois) filhos. Disse-nos
que diante de tudo o que aconteceu em sua vida não sente nenhum
arrependimento, exceto o fato de não ter matado o filho que se
revoltou contra ele. Após nos contar sua história o paciente relata
simpatia pela psicologia, e refere-se a ela como uma oportunidade de
ser ouvido, mas não a considera uma possibilidade de cura para sua
agressividade ou falta de compaixão para com as pessoas que fazem
parte da sua história de vida.
Após
ser submetido à Angioplastia o Sr. Silvano, ficou alguns dias
hospitalizado para recuperação no pós-cirúrgico, e então recebeu
alta hospitalar, a qual ansiava muito.
Perguntamos:
Sr. Silvano, depois deste contato e da oportunidade de ter falando
sobre sua história de vida, sentiu-se capaz de fazer uma leitura de
seus enfrentamentos e achar solução para si?
Ele
responde: Digamos que não!
Concluímos
que, provavelmente, até o momento anterior ao processo delicado da
cirurgia, a qual seria submetido, aquela “escuta” das acadêmicas
de psicologia o fez se sentir-se amparado e até mais tranquilo. Com
isto, sugerimos para o Sr. Silvano que buscasse ajuda terapêutica, e
para sua família atual, sugerimos que o incentivasse nisto. Frizamos
que isto iria contribuir para que o mesmo pudesse melhorar a
compreensão sobre sua realidade, a fim de que houvesse paz familiar,
além de possibilitar um estreitamento do vínculo com o filho, o
qual sente mágoa. A ajuda terapêutica promoveria a abertura do
olhar para o mundo à sua volta, para sua atual condição de vida e
saúde, conscientização de suas superações após tantas
intervenções cirúrgicas, e das novas oportunidades de recuperação.
Fonte
da citação:
http://antonioaraujo_1.tripod.com/psico1/portugues/agressao/agress.html
Alunas: Eldimar Cabral, Kelly Santos, Juliana Meriele e Priscila Barbosa.